domingo, 1 de novembro de 2015

Hemostasia

Fonte: http://pt.slideshare.net/GianninaCristaldo/power-hemostasia
         
               Entende-se por hemostasia processos naturais e ou artificiais, fisiológicos e bioquímicos envolvendo tanto estimulantes como inibidores da coagulação, necessários para  impedir que o sangue escape dos vasos lesados. Esses processos englobam vasos, plaquetas, fatores de coagulação e mecanismo fibrinolítico tendo as funções de limitar a perda sangüínea, preservar a perfusão tecidual e reparar a lesão local. Quando envolve apenas substancia intravasculares é chamado sistema intrínseco e quando envolve também fatores teciduais é denominado sistema extrínseco. O histórico do animal constando a idade, sexo e raça é muito importante pois as coagulopatias hereditárias são muito comuns em animais jovens; as adquiridas são mais comuns em animais idosos; aquelas envolvendo os fatores VIII e IX são ligados ao cromossoma X ocorrendo primariamente em machos e algumas raças são mais propícias a apresentarem deficiências de fatores de coagulação, tais como Doberman, Pastor Alemão e outros. Estes processos hemostáticos envolvem sistema intrínseco e extrínseco. O primeiro envolve apenas as substâncias intravasculares e o segundo envolve também fatores teciduais.

                Sinais Clínicos
Os sinais e sintomas das alterações hemostáticas podem ser brandos ou emergenciais, observando-se hemorragias puntiformes (petequias), epistaxe, sangramentos gastrointestinais (hematoquezia e melena), hematêmese, hemorragias oculares, hemartroses, hematomas.
                Testes diagnósticos
A avaliação laboratorial deve ser sempre relacionada com a sintomatologia e histórico clínico. Como exemplo animais com distúrbio de sangramento causado pela Doença de Von Willebrand apresentam testes de coagulação normais apesar dos sintomas clínicos, por outro lado, animais com deficiência de fator XII ou deficiência de précralicreína poderão apresentar testes anormais, mas não apresentar sangramentos. Os testes de hemostasia podem ser divididos em testes gerais que avaliam a atividade de todo o mecanismo hemostático (vasculares, plaquetas, coagulação e resposta fibrinolítica) e testes mais específicos que avaliam os componentes passo a passo desses processos.
                        
     Métodos de coleta
A veninpunctura inadequada pode acrescentar ao sangue colhido tromboplastina tecidual ativando fatores de coagulação e plaquetas. Qualquer remoção de sangue resulta em alguma ativação, por isso para qualquer avaliação laboratorial de hemostasia, o vaso deve ser puncionado da primeira vez. O uso de seringas descartáveis é recomendado pois o vidro ativa as plaquetas. Para avaliação dos fatores de coagulação, deve-se usar sempre plasma, que não seja colhido em EDTA, pois este evita a coagulação quelando o Ca++ . O soro também não deve ser utilizado porque é deficiente em fatores I, II, V e tem concentrações reduzidas de fator XIII e maior concentração de fator IX se comparado ao plasma. O uso de seringas de plástico e vidros siliconizados é imprescindível na avaliação do processo hemostático, no sentido de diminuir a superfície de ativação plaquetária e proteínas de coagulação. O manuseio rápido e cuidadoso do sangue é importante na avaliação da função plaquetária, estas se deterioram rapidamente quando retiradas da corrente sanguínea.
Testes gerais para avaliação da hemostasia
·         Hemostasia geral: Tempo de sangria
·         Perfil de coagulação: Tempo de coagulação / Tempo de protrombina / Tempo de tromboplastina parcial / Tempo de trombina
·         Atividade plaquetária: Contagem e avaliação plaquetária / Retração do coágulo
·         Fibrinólise: Lise do coágulo / Produtos de degradação da fibrina
                Desordens Hemostáticas
Congênitas
·         Hemofilia A (Deficiência do fator VIII)  - Doença hemorrágica ligada ao cromossoma X, podendo ocorrer em cães, cavalos, gatos e bovinos.
·         Doença de Von Willebrand - Como o nome indica ocorre por deficiência deste fator, sendo comum em cães das raças Doberman, Pastor Alemão, Poodle e Schnauzer, suínos e eqüinos.
·         Deficiência do fator VII - Ocorre com alta incidência em cães da raça Beagle.
·         Deficiência de fator X  - Descrito em cães da raça Cocker Spaniel.
·         Deficiência de fator XI  - Observado em bovinos e cães da raça Springer Spaniel.
·         Hipoprotrombinemia  - Comum em cães da raça Boxer.
Adquiridas
·         Deficiência de vitamina K - Intoxicação por veneno de rato (Warfarina) / Em suínos devido a tratamento prolongado com antibióticos.
·         Doença hepática - Diminuição da síntese de fatores de coagulação, Não remoção de produtos de degradação da fibrina, Má absorção de vitamina K.

·         Glomerulonefrite - Perda de antitrombina 3.


FONTE: Apostila de Patologia Clínica - UFMG

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